Zury

Eu já faço desenhos de nudez artística há mais de quatro anos, mas estava habituado a fazer apenas desenhos autorais, totalmente criados por mim. Nunca antes nenhuma mulher havia posado de fato para que eu a desenhasse. A Zury foi a primeira de todas a me dar essa permissão. Antes mesmo da Luna, a moça dos desenhos que mostrei anteriormente. E tudo aconteceu da seguinte maneira. Em Novembro do ano passado, através do meu perfil antigo do instagram, eu já acompanhava os trabalhos artísticos da Zury, mas evitava me manifestar.

 Até o dia em que reagi a um dos stories dela. Devido a uma breve troca de mensagens, me encorajei para finalmente pedir permissão para desenha-la. E a partir daí várias outras colaborações ocorreram. Também nos tornamos amigos. A Zury é professora de artes e atua profissionalmente como modelo de artes há mais de trinta anos. Por alguma razão eu já sentia certa afinidade com ela antes mesmo de trocarmos mensagens. Talvez tenha sido essa a principal razão que tenha me instigado em querer desenha-la. Os desenhos que estou mostrando aqui foram os primeiros de todos os que foram feitos em colaboração com ela. Na verdade foram livres adaptações que eu fiz a partir de outras fotos do perfil dela. Eu analisei vários outros recortes de fotografias que mostravam a nudez apenas de maneira parcial e a partir daí fui gerando esses desenhos, que originalmente foram criados a partir de fotos onde ela estava vestida.

Para esses desenhos eu optei em trabalhar mais as técnicas tradicionais, sem muita intervenção digital. Vale ressaltar que, esses desenhos também marcam a primeira vez em que utilizei lápiz carvão e esfuminho. Foram feitos em papel reciclato natural 90g/m2. Vocês ainda virão vários outros desenhos que fiz da Zury. Alguns monocromáticos e outros coloridos digitalmente. Aos poucos vou revelando por aqui os demais trabalhos.

Luna

Hoje eu irei mostrar desenhos que eu fiz de uma moça que mora na minha cidade e que topou posar para mim. O nome dela é Luna. Eu a conheci por causa do perfil do Instagram onde ela divulgava suas fotos sensuais. Não me recordo com exatidão como foi que eu encontrei o perfil dela. Mas confesso que passei algumas semanas acompanhando em silêncio as fotos que ela compartilhava. Eu queria muito fazer desenhos dela. Só não havia estruturado o que fazer. A princípio planejei fazer alguns desenhos que seriam impressos através da técnica de serigrafia, mas desisti no momento em percebi que ficaria mais caro do que imaginava. Também estava receoso se deveria ou não convida-la a posar para mim.

Foi então que decidi me arriscar. E para a minha surpresa, ela aceitou. Eu expliquei toda a minha proposta artística e estabelecemos as condições de forma que a experiência pudesse ser proveitosa para ambos. Ela aceitou me enviar algumas fotos para que eu usasse como referência para os desenhos e eu me comprometi em fazer 4 composições com vários desenhos. Mas fiquei tão satisfeito com o resultado daqueles primeiros desenhos, que não resisti em pedir que a Luna posasse para que eu fizesse outros desenhos a mais.

Para a segunda leva de desenhos, eu havia solicitado que a Luna me enviasse fotos um pouco mais ousadas. Eu queria fazer desenhos assim. E só pedi porque sabia que ela estava acostumada a fazer esse tipo de fotografias. Afinal, ela já havia realizado alguns ensaios profissionais com esse mesmo viés. Minha única exigência sempre foi a de serem imagens de nudez total para que pudesse estar dentro do conceito do meu trabalho artístico. E com isso, enquanto todo mundo confraternizava e celebrava a virada do ano, eu fiquei fazendo o que mais amo, que é desenhar. Foi um imenso prazer virar de 2022 para 2023 desenhando a Luna.

Eu estava tão empolgado com a parceria que havia estabelecido com ela que planejei fazer muitos desenhos. Na verdade, por ter uma visão sempre voltada para a área gráfica, cheguei a planejar em fazer um livro apenas com os desenhos dela. Porém me esqueci de algumas questões importantes a serem levadas em conta. Primeiro de tudo é o valor cobrado por gráficas para a impressão de um book de imagens, que é um tanto inacessível. A segunda questão é o fato de que para terceirizar a impressão de tal material é preciso fazer um planejamento minucioso para evitar futuros transtornos. Sei que muitas pessoas não tem a mente aberta para compreender o conceito artístico dos meus desenhos. E a terceira questão é o fato de que eu não gosto de ganhar dinheiro usando da imagem de mulheres reais. É diferente de quando eu crio trabalhos autorais, baseados em várias referências para criar uma obra única. Então optei em dar uma pausa nos desenhos da Luna para concluir outros projetos que estavam sendo realizados em paralelo. Uma coisa importante a ser mencionada sobre os desenhos que fiz da Luna é que foi a partir desses trabalhos que eu adquiri confiança para fazer desenhos em dimensões maiores. Sem medo de usar uma folha inteira. Também consegui aprimorar detalhes sutis nos meus traços. Além de poder praticar o uso de materiais diferenciados.

 Como eu fiz mais de uma dezena de desenhos dela, As especificações vou passar as especificações em conjunto. Os desenhos em Preto e Branco foram feitos em papel sulfite de 180 gramas. Usei lápis carvão para fazer o acabamento. Para estilizar o fundo e não deixar tudo branco, adicionei digitalmente o fundo com papel reciclato natural 90g/m2. Os coloridos foram feitos em papel Marrakech – Baunilha 90g/m2 e pintados digitalmente.

Agradeço imensamente a Luna por ter aceitado cada desafio que eu propus. E pela confiança no meu trabalho artístico. Assim como também no meu comprometimento e seriedade. Em breve vou tentar divulgar alguns vídeos que fiz do processo de produção. Importante salientar que estes desenhos NÃO estão à venda!

Mais uma releitura de fotografia de séculos passados. Existem duas versões para esse mesmo desenho. Uma comum, com a imagem sem os círculos rotacionados, e essa estilizada. Foram feitas ainda em 2020. Na época eu estava testando algumas técnicas para variar um pouco os desenhos. Particularmente gostei muito do resultado com os círculos. Dessa série de desenhos eu só cheguei a fazer três ilustrações no mesmo estilo. Talvez em algum momento eu a retome com desenhos novos. Mas por enquanto estou empenhado em outros trabalhos autorais. O primeiro desenho foi baseado em uma fotografia de Vincenzo Galdi, datada em 1900. O segundo desenho foi baseado em uma fotografia de Henri Oltramare, sem data definida.

Ressignificar

Para quem ainda não conhece Belo Horizonte, um dos pontos turísticos mais conhecidos por quem mora na cidade é a Praça da Liberdade. O espaço carrega um circuito cultural muito rico e diverso. No ano de 2020 , enquanto eu caminhava pelo local, notei que todas as estátuas eram representações de corpos esbeltos e esguios. Eu sei que foram esculpidas em outra época e refletem o pensamento de tal momento da história. Mas ainda assim tive a ideia instantânea de fazer releituras a partir das estatuas do entorno da Praça da Liberdade. A ideia era criar um zine, apenas com desenhos, ressignificando cada imagem. Com isso eu poderia inserir corpos fora do padrão para simbolizar cada monumento e gerar alguma reflexão sobre os padrões de beleza impostos pela sociedade. Porém, na semana seguinte a esse passeio, a pandemia chegou com tudo no país. O que me obrigou a cancelar a produção do zine.

O tempo passou. A vontade de retomar esse projeto também. Os desenhos, que já haviam sido devidamente finalizados, foram arquivados. Ainda não sei ao certo o que farei com essas ilustrações. Mesmo porque outros projetos autorais ganharam mais força e urgência nos últimos meses. Mas de qualquer forma, compartilho aqui dois desses desenhos.

O primeiro é uma releitura para o monumento As Três Graças, presente nos jardins do Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte. A estátua foi esculpida em mármore. Eu não encontrei informações sobre o escultor e nem sobre o ano em que foi produzida. Já a obra em si possui uma história própria. Aglaia, Tália e Eufrosine eram divindades que personificavam o que era considerado como a beleza feminina. Confesso que não fiz uma pesquisa muito aprofundada a respeito da lenda em si. Mas existem várias pinturas, de artistas variados, que representam as três ninfas. Talvez um dia eu me aprofunde mais e crie uma série de desenhos só sobre as três graças. Mas por enquanto essa é a minha versão para a obra.

O segundo desenho é uma das releituras que fiz para o monumento das Três Ninfas da fonte da Praça da Liberdade. Com algumas pequenas adaptações. Optei por trocar a serpente na mão da moça de pé por um sutiã, fazendo referência ao ato de protesto “Bra burning”, realizado em 7 de setembro de 1968 nos Estados Unidos. Ainda no mesmo conceito, achei interessante inserir o megafone. A estátua original foi esculpida por Manoel Martins. A data da criação é indefinida.

Releituras

No ano de 2020 eu comecei a estudar, por conta própria, sobre a história da fotografia de nudez artística. Encontrei um vasto material visual sobre o assunto e isso me instigou a fazer desenhos de releituras para algumas das várias fotografias feitas há séculos atrás. Era um período de muitas incertezas e urgências, devido à pandemia. Eu precisava fazer algo para me manter ocupado enquanto reorganizava as ideias para outros projetos. Não dava para planejar nenhum zine, ou algo do tipo, porque toda a cidade estava em lockdown. Foi quando me desafiei a fazer o máximo de desenhos completos, no papel, que eu conseguisse em apenas um dia. Queria testar meus limites e capacidade. Reservei um sábado apenas para essa tarefa.

No princípio da madrugada de Domingo, quando terminei o décimo quinto desenho, já estava exausto. As costas doloridas, a vista cansada. Mas ainda assim, particularmente, gostei muito do resultado. Foi preciso mais alguns dias para fazer todo o processo de coloração de maneira digital. Também senti a necessidade de fazer mais alguns desenhos novos para complementar o projeto. Já não me recordo com clareza. Talvez tenha gasto um mês para concluir tudo. Naquela ocasião eu não sabia ao certo o que fazer com os desenhos. Talvez um zine, talvez um livreto de imagens. Acabei arquivando tudo, assim como fiz com tantos outros projetos artísticos, por falta de grana para fazer alguma publicação acontecer de verdade. E agora, decidi deixar uma pequena amostra desses desenhos de releituras aqui.

O primeiro desenho é uma releitura para uma das tantas fotografias feitas por E.J.Bellocq em meados de 1920. Eu gosto muito da fotografia que inspirou esse desenho. Foi a primeira de todas as releituras que eu fiz.

O segundo desenho foi baseado em uma fotografia de Auguste Belloc. Recentemente descobri que nas imagens de mais de um século, as fotos de mulheres gordas era mais uma maneira de demonstrar riqueza. Elas refletiam a fartura e riqueza das elites da sociedade. Apesar de discordar com esse tipo de conduta, não posso me sentir culpado pelos costumes e padrões de comportamento de séculos passados. Então, espero que não me julguem por ter feito esses desenhos. Porque o meu objetivo artístico é diferente do propósito da fotografia original.

O terceiro desenho foi baseado em uma fotografia de autoria desconhecida, a data é estipulada de 1920. Apesar de gostar desse desenho, hoje em dia percebo que não consegui reproduzir com total fidelidade a imagem. A moça da foto original tem o corpo um pouquinho mais volumoso. Com curvas bem delineadas. Principalmente nos quadris. Não que eu esteja tentando me justificar, mas olhando em retrospecto percebo que isso ocorreu porque possivelmente esse deve ter sido um dos últimos desenhos que eu fiz na maratona que comentei anteriormente. Mas ainda assim, o desenho ficou muito bom.

O quarto desenho é mais uma releitura feita a partir de fotografia de E.J.Bellocq. Na verdade foi mais do que uma releitura. Eu tomei a liberdade de fazer uma adaptação para inserir a imagem no conceito da nudez artística. Na foto original a moça estava trajando uma camisola. Porém no conjunto de fotos do E.J.Bellocq tem outra foto dessa mesma mulher totalmente sem roupa. Ao me lembrar de "A Maja vestida" de Francisco Goya, que tem uma versão totalmente desnuda da mesma pintura, tive a ideia de fazer algo semelhante. Só me beneficiei da liberdade artística que os desenhos me possibilitam.

Apresentação

 

Olá, eu sou Rick Villalta. Faço artes gráficas com foco em desenhos de nudez artística feminina. Meus objetivos são valorizar a beleza natural existente no corpo de cada mulher e desvincular a nudez da pornografia. Usarei esse blog para divulgar alguns dos meus trabalhos artísticos na íntegra, sem precisar me preocupar com normas hipócritas de outras redes sociais.

Antes de qualquer coisa, quero deixar bem claro o seguinte, o respeito sempre será soberano. Aqui não há espaço para preconceito, misoginia, homofobias, gordofobia, ou qualquer outro tipo de intolerância. Qualquer pessoa que infringir essa regra será denunciada. Espero que todos que tenham acesso aos meus trabalhos artísticos tenham bom censo e educação o suficiente para dialogar.

Não vou fixar uma periodicidade com a qual postarei material novo por aqui porque tudo vai depender da minha disponibilidade e da minha produtividade. Meu blog, minhas regras.