Para quem ainda não conhece Belo Horizonte, um dos pontos turísticos mais conhecidos por quem mora na cidade é a Praça da Liberdade. O espaço carrega um circuito cultural muito rico e diverso. No ano de 2020 , enquanto eu caminhava pelo local, notei que todas as estátuas eram representações de corpos esbeltos e esguios. Eu sei que foram esculpidas em outra época e refletem o pensamento de tal momento da história. Mas ainda assim tive a ideia instantânea de fazer releituras a partir das estatuas do entorno da Praça da Liberdade. A ideia era criar um zine, apenas com desenhos, ressignificando cada imagem. Com isso eu poderia inserir corpos fora do padrão para simbolizar cada monumento e gerar alguma reflexão sobre os padrões de beleza impostos pela sociedade. Porém, na semana seguinte a esse passeio, a pandemia chegou com tudo no país. O que me obrigou a cancelar a produção do zine.
O tempo passou. A vontade de retomar esse projeto também. Os desenhos, que já
haviam sido devidamente finalizados, foram arquivados. Ainda não sei ao certo o
que farei com essas ilustrações. Mesmo porque outros projetos autorais ganharam
mais força e urgência nos últimos meses. Mas de qualquer forma, compartilho
aqui dois desses desenhos.
O primeiro é uma releitura para
o monumento As Três Graças, presente nos jardins do Palácio da Liberdade, em
Belo Horizonte. A estátua foi esculpida em mármore. Eu não encontrei
informações sobre o escultor e nem sobre o ano em que foi produzida. Já a obra
em si possui uma história própria. Aglaia, Tália e Eufrosine eram divindades
que personificavam o que era considerado como a beleza feminina. Confesso que
não fiz uma pesquisa muito aprofundada a respeito da lenda em si. Mas existem
várias pinturas, de artistas variados, que representam as três ninfas. Talvez
um dia eu me aprofunde mais e crie uma série de desenhos só sobre as três
graças. Mas por enquanto essa é a minha versão para a obra.
O segundo desenho é uma das
releituras que fiz para o monumento das Três Ninfas da fonte da Praça da
Liberdade. Com algumas pequenas adaptações. Optei por trocar a serpente na mão
da moça de pé por um sutiã, fazendo referência ao ato de protesto “Bra
burning”, realizado em 7 de setembro de 1968 nos Estados Unidos. Ainda no mesmo
conceito, achei interessante inserir o megafone. A estátua original foi esculpida
por Manoel Martins. A data da criação é indefinida.
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